Priscilla Arroyo –
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou na quarta-feira (5) a taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual, para 3,50% ao ano. Essa é a segunda alta consecutiva da Selic. Trata-se de um esforço do Banco Central (BC) para controlar a inflação.
Em meio a esse cenário, a expectativa dos economistas consultados pelo BC é que a Selic suba para 5% até o fim deste ano.
A pergunta de ouro é: como essa mudança impacta os investimentos? Por isso, preparamos uma simulação comparando a rentabilidade de alguns títulos de renda fixa. Por agora, os títulos de empresas, as chamadas debêntures, oferecem os retornos mais atrativos.
Como são títulos privados, eles não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Portanto, o risco é maior em comparação aos Títulos do Tesouro. Mas são uma boa opção para diversificar a carteira.
Cálculo considera IPCA acumulado nos últimos 12 meses (6,10%) e Selic em 3,50%. Já descontado 15% do imposto de renda de 12 meses. Fonte: SVN Investimentos
Uma maneira de mensurar o risco das debêntures é verificar o rating de crédito das empresas emissoras. Trata-se de um selo que, a partir da avaliação de fundamentos econômicos e histórico das companhias, as agências de classificação de risco mensuram a solvência – ou seja, a capacidade que as empresas têm de arcar com as suas obrigações financeiras.
Quanto melhor a avaliação, em tese, menor é o risco de falência. Essa informação pode ser conferida no prospecto de emissão das debêntures, ou na descrição do ativo na plataforma da XP.
Títulos Públicos
Para os investidores que preferem manter parte do patrimônio com taxa quase nula de risco, os Títulos Públicos seguem sendo opções. O head de Renda Fixa da SVN, Gabriel Barbosa, aconselha deixar a reserva de emergência investida no Tesouro Selic, título que tem rentabilidade atrelada à taxa básica de juros.
“Em um resgate antes do prazo de vencimento, a perda é menor em comparação com outros títulos do Tesouro”, explica.
Para quantias que podem ficar investidas para serem resgatadas nos médio e longo prazos, Barbosa indica os títulos atrelados ao IPCA – os “IPCA+”. Eles pagam a inflação acumulada até a data de vencimento mais uma taxa de remuneração. “É uma garantia da manutenção do poder de compra”, diz Barbosa.