Hoje a programação da noite da Expert 2020 teve a presença do ministro da Economia Paulo Guedes, que abordou assuntos como impostos, reformas e o atual cenário do Brasil.
O ministro iniciou afirmando que o governo estuda cobrar impostos sobre dividendos. “Vai ter imposto sobre dividendos sim, porque hoje é zero. A proposta está pronta”, disse.
Em contrapartida, o ministro comentou que irá reduzir o Imposto de Renda para Pessoa Jurídica. De acordo com Guedes, as empresas no Brasil pagam uma alíquota de 34% enquanto no resto do mundo é de 20%, o que faz com que investidor não tenha tanto interesse no país.
Reformas
Sobre a retomada na agenda de reformas, o ministro disse que na próxima terça-feira (21) entregará ao atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM – AP) a reforma tributária.
“Vamos falar sobre imposto sobre valor adicionado? O governo quer fazer. A proposta do [deputado federal] Baleia [Rossi] é também fazer para estados e municípios. Então, já está na Casa Civil nossa proposta, terça-feira ela é entregue”, complementouJá a reforma administrativa também está pronta, mas segundo Guedes, “a Presidência preferiu esperar por interpretação política”.
CPMF
Questionado sobre a volta da CPMF (imposto sobre transações bancárias), o ministro desconversou. “Se eu for começar a reforma tributária pelo que nos desune, acaba antes de começar”, disse.
Durante a semana, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) já tinha dito que a CPMF não passaria no Congresso.
Apesar da desavença, Guedes e Maia almoçaram ontem e discutiram sobre o assunto, mas não houve um acordo específico sobre a CPMF. O ministro, no entanto, comentou sobre a relação nem sempre amistosa com os outros poderes.
“É melhor o barulho da democracia do que o silêncio dos regimes autoritários. Mas as reformas estão andando”, explicou.
Privatizações
O ministro também falou sobre privatizações. “Se você perguntar quais estatais eu quero privatizar, eu vou dizer: ‘todas’. Mas isso é vontade econômica. Ministro não tem voto no Congresso”, comentou.
Brasil na atualidade
“O que vejo é o auxílio emergencial fazendo o papel dele; setores que continuam andando, como a construção civil e os digitais e, principalmente, o crédito chegando às empresas, finalmente”, disse.
Guedes também falou sobre o compromisso que tem com o controle de gastos. “O descontrole levou o Brasil ao endividamento, colocou juros astronômicos, derrubou a taxa de câmbio, desindustrializou o país. O descontrole de gastos corrompeu a democracia brasileira e estagnou a economia brasileira”, avaliou.
Permanência no cargo
Ele também falou se continua no governo de Jair Bolsonaro. “Eu só saio abatido à bala, removido à força”, disse.
Logo depois, Guedes corrigiu a forma de falar. “Não posso nem brincar disso, abatido à bala. Isso é uma linguagem desagradabilíssima, não tem nada disso. Isso é uma forma de brincar, mas ser decisivo na afirmação”, contou.
Por fim, o ministro afirmou que a missão dele é cumprir a agenda de reformas. “Nós temos uma agenda de reformas, é nesse sentido que eu digo que vou até o fim do governo, tem uma agenda a cumprir. Enquanto houver essa agenda a ser perseguida, eu estou aqui”, contou.
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