Priscilla Arroyo—
O Ibovespa, principal índice da Bolsa, acumulou alta de 6,54% no primeiro semestre, na faixa dos 126 mil pontos. O dólar, por sua vez, recuou 4,7% no período. Esse movimento reflete a expectativa positiva para a recuperação da economia do Brasil em meio ao avanço da vacinação, que já mostra a eficiência em relação à retomada presencial das atividades em outros países, como China, Estados Unidos e Reino Unido.
A resposta do antídoto contra a Covid-19 acelerou a recuperação econômica global nos primeiros seis meses do ano. Por aqui, esse movimento começou a refletir, em especial, no segundo trimestre, quando os ativos brasileiros passaram a acompanhar os mercados globais. Como reflexo, as ações reagiram a dados econômicos domésticos positivos e seguiram a toada de recuperação.
Diante do cenário, a XP Investimentos mantém a expectativa de que o Ibovespa termine o ano na faixa dos 145 mil pontos – o que sugere uma apreciação de cerca de 14%.
Confira as cinco maiores altas e as cinco maiores quedas do Ibovespa em junho, quando o Ibovespa acumulou avanço de 0,46%
Visão positiva para o segundo semestre
O otimismo dos investidores com o desempenho da economia tem fundamento. Depois de um tombo de 4% em 2020, a atividade econômica doméstica mostra força neste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro semestre cresceu 1,2%, e a expectativa do Boletim Focus, do Banco Central, é que PIB feche 2021 com avanço de 5,18%.
A recuperação da atividade doméstica atraiu capital estrangeiro para o País. Até o dia 30 de junho, a B3 computou a entrada de R$ 48 bilhões vindos do exterior no mercado à vista – sem contar as aberturas de capital. Trata-se de um recorde da série histórica, que começou a ser computada em 1994.
Alguns papéis foram os queridinhos dos investidores – tanto domésticos quanto estrangeiros – no primeiro semestre. Dentre as 83 ações (de 80 empresas) que formam a carteira do Ibovespa, quatro se destacaram como as maiores altas no ano com avanço de 100% ou mais.
Cenário político traz incertezas
No entanto, nem tudo são certezas. No segundo semestre, segue no radar dos investidores as movimentações do cenário político em meio à CPI da Covid-19 – o que pode refletir no cenário eleitoral de 2022. O cenário fiscal – gastos do governo x arrecadação – mostra melhoras, mas de acordo com a XP Investimentos, pode se deteriorar novamente. Por isso, esse é outro ponto de atenção do mercado.
Os analistas da XP avaliam que os investidores estrangeiros – que têm a maior fatia de participação na Bolsa Brasileira, de 22,7% – devem manter uma carteira mais defensiva, “com exposição a empresas de alta qualidade e de crescimento, e com uma baixa exposição aos grandes setores da Bolsa, como os setores de Bancos e Commodities”.