Beatriz Lopes*–
Celebrado em 31 de outubro, o Halloween marca o fim do verão e o início do outono na Europa, uma época de seca e escassez na agricultura. Por isso, com medo de passarem fome no frio, as pessoas se fantasiavam, decoravam casas e ruas como forma de enganar e se proteger da “má sorte”. Foi assim que nasceu há mais de dois mil anos a festa do Halloween. Além disso, legumes – como o nabo – eram usados como luminárias e doces eram dados para acalmar as crianças, pois acreditavam que os caminhos ficariam iluminados e que as crianças trariam prosperidade para o plantio durante a nova estação.
Porém, com o passar dos séculos e a ida dos irlandeses aos Estados Unidos, o Halloween foi adaptado à cultura local e ganhou ainda mais popularidade. Festas à fantasia, abóboras iluminadas, máscaras horripilantes, casa dos horrores e “doces ou travessuras?” – a comemoração virou o chamado “Dia das Bruxas”, uma data de descontração e folia, com um cenário mais aterrorizante.
Já no Brasil, o Dia das Bruxas veio por meio da cultura americana exibida em filmes e propagandas, por exemplo. É comum o dia ser comemorado com festas à fantasia e exibição de longas-metragens de terror.
Imagine que você está em uma dessas festas à fantasia de Halloween, se divertindo com os amigos e com a família. Ao olhar para o lado, se depara com alguém que gosta muito com a fantasia do monstro que mais te assusta! O que fazer? Você quer abraçar essa pessoa, mas não quer encarar aquilo.
Muitas pessoas no Brasil ainda encaram os investimentos dessa maneira: a rentabilidade atrai, mas o monstro do risco impede que se vá adiante. O risco é visto como um monstro horrível que pode prejudicar, tirar o sono. Mas não há motivo para esse tema ser tão assustador. O assessor e sócio da SVN, Pedro Zumarán, fala sobre essa relação.
“Podemos fazer uma analogia do risco com o medo? Podemos, mas o cliente tem que ter mais medo se você não tiver caixa. Se o investidor tiver caixa, ele tem que aproveitar esse medo. As grandes fortunas em bolsa surgem quando compra com o mercado em baixa e vende em alta”, diz.
Para enfrentar o risco, é preciso conhecê-lo. Toda aplicação é passível de riscos, e é necessário entender essa dinâmica e avaliar os prós e contras no momento de montar a carteira de investimentos.
É muito importante saber em qual perfil que o investidor se encaixa: conservador, moderado ou agressivo. Essa resposta é conhecida com o preenchimento de um questionário – o suitability, aplicado antes do primeiro aporte.
Com essa informação em mãos, o assessor tem o respaldo necessário para traçar o plano de investimentos com mais ou menos exposição ao risco, de acordo com a personalidade de cada cliente. Zumarán destaca que o risco pode ser bom ou ruim, dependendo do perfil, do momento e da disponibilidade de caixa do investidor.
Como medir o risco?
Há algumas ferramentas que ajudam os gestores e investidores a calcular o tamanho do risco de um investimento. São elas:
O Índice Sharpe – Trata-se de um indicador que mede o retorno potencial de um investimento em comparação ao risco. Quanto maior o índice Sharpe, melhor é o retorno ajustado ao risco.
Fundos de ações e/ou multimercados costumam ter essa classificação que é feita a partir de um cálculo. O Índice Sharpe permite, por exemplo, comparar a dinâmica de dois fundos por meio da relação entre retorno e unidade de risco.
O Value at Risk (VaR), por sua vez, é um dos modelos mais usados no mundo para calcular o risco de qualquer ativo financeiro. Por isso, para além do segmento de investimentos, ele é usado por empresas que possuem exposição a ativos monetários, commodities, entre outros. O VaR pode ser calculado com diversas metodologias, sendo algumas mais conhecidas pela simplicidade e precisão.
Já o Rating, ou Nota de Crédito, é uma avaliação feita por agências classificadoras de risco – como a Fitch Ratings, Moody’s ou S&P Global Ratings. Essas notas podem ser concedidas ao governo, às empresas, aos bancos, às seguradoras, ou a fundos ou créditos estruturados – entre outros. A nota, dada em letras, mede a capacidade da entidade em cumprir com as obrigações com os credores. Sendo assim, quanto maior o rating, menor a chance de inadimplência.
Esses termômetros de risco podem ser lidos de diversas maneiras, de acordo com o perfil do investidor. “Tem cliente que quer mais risco, outros são mais conservadores. Mas sempre buscamos oferecer as opções mais bem avaliadas, porque, em geral, trata-se de investimentos de maior qualidade”, afirma Zumarán.
Liquidez é outro monstro?
Além dos altos e baixos do mercado financeiro, outra coisa que pode assustar o investidor é a liquidez – possibilidade de conversão rápida de um ativo em dinheiro. Por isso, ao investir, o cliente não deve pensar somente na rentabilidade. Também é importante prever se aquele recurso investido será necessário no curto prazo.
Na prática, um investidor que aplica pensando somente na rentabilidade, sem levar em conta a liquidez, pode pensar em um primeiro momento que não precisará do capital. Mas, se acontece algum fato inesperado e ele precisa fazer um resgate antes do vencimento, pode ter dificuldade de reaver os recursos, e até arcar com prejuízos.
“O horizonte de tempo do investimento é um ponto essencial de preocupação no momento de montar uma carteira”, diz Zumarán.
Doces e Travessuras: como lidar com a volatilidade?
Em 2020, o Ibovespa ficou marcado pela volatilidade em meio a um cenário atípico: a pandemia. O principal índice da Bolsa brasileira começou janeiro com 119 mil pontos. Em março, em meio às incertezas trazidas pela pandemia do Covid-19, despencou até patamar dos 61 mil pontos. Já a partir de setembro, houve uma recuperação para a faixa de 100 mil pontos. Sem estabilidade, deslizou em outubro para 93 mil pontos, até terminar o ano com um forte ritmo de alta e finalizou dezembro em 119 mil pontos.
Já no primeiro semestre de 2021, o índice voltou a subir e chegou a bater os 130 mil pontos no fechamento. O que gerou expectativas positivas em relação à retomada da economia no País e ao avanço da vacinação contra a Covid-19. Porém, no terceiro trimestre, o indicador regrediu para os 110 mil pontos. O sobe e desce do Ibovespa representa alta volatilidade de cada uma das mais de 80 ações que o compõem.
Essa montanha-russa do mercado é um exemplo de como o investidor de renda variável, ao olhar o seu extrato, pode ter a sensação de prazer que remete a comer uma sacola de doces, ou pode ter o assombro parecido com o sentimento de entrar em uma casa dos horrores.
“O risco não é algo fácil. Mesmo os investidores que não lidam bem com a queda do mercado, podem entender que quando a bolsa cai, é possível aproveitar para comprar na baixa, o que figura um potencial de lucro maior”, completa Zumarán.
Para entregar os melhores resultados na renda variável, a SVN conta com uma mesa de especialistas dedicada a fazer as negociações. Com esse respaldo, o medo deixa de ser um problema. Por isso, recomendamos sempre a busca de um dos nossos assessores de investimentos.
Então, é isso. O monstro foi desmascarado – mostramos que não é preciso sentir tanto medo assim. Se lá na festa à fantasia, o convidado enxergar o rosto da pessoa que está embaixo da máscara assustadora, o receio some e a vontade do abraço pode ser realizada!
Feliz Halloween para você, que perdeu o medo de investir 🙂
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A SVN conta com mesas de operação dedicadas à renda fixa, renda variável e câmbio. Consulte um de nossos assessores para investir com tranquilidade.
*Sob supervisão de Priscilla Arroyo