Expert XP: o agronegócio e o futuro do setor no Brasil

02 de setembro de 2023 Sem categoria Básico

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Expert XP: o agronegócio e o futuro do setor no Brasil

Encontro trouxe o agro para os debates da edição 2023 da Expert XP.

Boris Bellini –

Mudanças geopolíticas dos últimos 3 anos, como a pandemia e a guerra da Ucrânia, modificaram as dinâmicas da produção de alimentos no mundo. Com isso, o agronegócio brasileiro ganhou ainda mais protagonismo dentro e fora do país.

É com esse olhar que Alexandre Barros, Sócio-Consultor da MB Agro, deu início ao painel “A tese Agro: As perspectivas para o grande impulsionador do PIB brasileiro”, durante a Expert XP 2023.

“É um negócio que exige gente que conhece profundamente, porque é feito de altos e baixos, mas algo que é inexorável é o papel brasileiro na geopolítica internacional, no meu entendimento, cresceu muito nesses últimos 3 anos”, completa.

Biocombustíveis

Rodrigo Penna de Siqueira, Diretor Financeiro (CFO) e Relacionamento com Investidores da Jalles Machado também participou do encontro e falou sobre sua experiência no setor sucroenergético.

O CFO explica que lida com a produção de alimentos, no caso o açúcar, e com energia a partir do bagaço da cana, do etanol e da produção de biogás.

“O biogás vem da vinhaça, que é um resíduo que sai da usina e a gente usa para fazer fertilização na parte agrícola. Passamos a utilizar também para tirar o biogás, que ia para a atmosfera – ele tem metano com uma capacidade de poluição 20 vezes maior que CO2 – e agora está sendo renovado”, explica

“O agronegócio faz parte da solução do sequestro de carbono no mundo”, completa André Guillaumon, Diretor Presidente do BrasilAgro. O executivo aproveitou para cutucar: “Quando parar na bomba do posto, não pode fazer continha se a gasolina compensa em relação ao etanol, se não, nós estamos sendo hipócritas na maneira de agir com o meio ambiente”.

Sequestro de carbono é uma forma de se referir à retirada de CO2 da atmosfera.

Mercado de carbono e pressões internacionais

“A gente vê muita cobrança internacional do Brasil. E eu falo para todo mundo, em todos os fóruns, a cobrança é legítima, a gente tem que sentar na mesa para discutir”, declara Guillaumon. Em sua visão, para aumentar a relevância internacional, o país precisa mostrar como são suas produções, demonstrar que há respeito pelo meio ambiente e sequestro de carbono.

Eventos como a Expert XP são importantes para esse tipo de diálogo: “Eu acho que nós estamos fazendo um pouco disso aqui hoje, reduzindo essa simetria que tem da Faria Lima, do mercado de capitais, para o agronegócio e para a sociedade civil”, completa.

Os três aproveitaram a oportunidade para falar sobre mecanismo de compensação ambiental no Brasil. Alexandre Barros, da MB Agro, afirmou que as principais metodologias para mensurar o sequestro de carbono são de lugares como Estados Unidos, Europa e Japão. Porém, existe o desenvolvimento local de uma outra metodologia, que seja mais adequada aos trópicos.

RenovaBio

O principal exemplo mencionado pelos palestrantes é o RenovaBio, do Governo Federal. Uma das contribuições do programa são os Créditos de Descarbonização, conhecidos como CBIOs.

Rodrigo Penna de Siqueira, da Jalles Machado, destacou que já foram emitidos mais de 100 milhões de CBIOs. Isso significa que o país evitou a emissão de 100 milhões de toneladas de CO2 equivalente para a atmosfera.

A marca foi atingida em 27 de julho deste ano e a primeira emissão desse tipo de certificado ocorreu em 20 de janeiro de 2020.

André destaca também a importância do projeto de lei em tramitação no legislativo para regulamentar o mercado de carbono no Brasil. Em sua visão, esse tipo de medida tem grande importância para o país e funciona como um selo de qualidade nas negociações internacionais.

Tecnologia

Diferentes avanços podem ser benéficos ao agro, como o 4G, por exemplo. Rodrigo explica que ele é importante para monitorar em tempo real todas as etapas da produção, o que se traduz em vantagem competitiva com melhor uso de ativos e a utilização de uma quantidade menor de insumos.

Outro desenvolvimento tecnológico usado como exemplo durante o painel é o controle biológico de pragas – no lugar do químico.

Rodrigo compartilha sua experiência com a cana-de-açúcar e uma das principais pragas, a broca. Ele revela que é possível produzir vespas e dispersá-las pela produção com o uso de drones. Esses insetos vivem cerca de dois dias, picam as brocas e matam a praga.

Outra medida positiva, de acordo com Rodrigo, é a agricultura orgânica regenerativa: “Não usa nada químico em toda a parte agrícola e nem no processo industrial”. Ele afirma que o processo melhora a nota no RenovaBio e possibilita aumentar a receita com os CBIOs.

“A gente tá muito animado com essas tecnologias orgânica, biológica, 4G. É uma forma do nosso agro ser mais competitivo.”

Para André, o desenvolvimento em conjunto de inovações químicas e biológicas deve ajudar na diminuição dos custos de produção para o agronegócio, melhorando ainda mais as condições do setor.

Como exemplo, ele fala de uma molécula para o controle de pragas que custa muito caro e durava cerca de 2 anos, quando precisava ser substituída. Porém, com o avanço científico, essa durabilidade aumenta e, com o tempo, gera menos custos aos produtores.

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