Priscilla Arroyo —
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiu nesta quarta-feira (26) manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. É a segunda vez consecutiva que o Copom decide pela manutenção da Selic neste mesmo patamar.
A taxa básica de juros passou pelo maior ciclo de alta da história, que começou em março de 2021 – quando estava em 2% – e foi encerrado na última reunião do Copom que aconteceu em setembro. O aperto monetário parece ter cumprido com o seu objetivo de segurar a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem mostrado recuo desde julho, enquanto o IPCA acumulado de 12 meses está em 7,17%. Vale lembrar que o índice chegou a ultrapassar 12% em abril.
Apesar do recuo, o IPCA ainda não se enquadra no teto da meta, que é de 5% para 2022. Os economistas consultados pelo BC apontaram no relatório Focus de 21 de outubro que o IPCA deve terminar 2022 em 5,60%, e recuar para 4,94% em dezembro de 2023 – patamar que ainda fica acima do teto da meta de inflação para o ano que vem (4,75%).
“Diante da expectativa de IPCA alto para os próximos 16 meses, o mercado considera que a Selic se mantenha em patamar elevado, acima dos dois dígitos”, diz João Negrão, sócio da SVN. Isso tem tudo a ver com a estratégia de investimentos em renda fixa.
Onde investir com a Selic a 13,75% ao ano?
Com a Selic a 13,75% ao ano, os investimentos em renda fixa seguem sendo boas opções, com destaque para os títulos atrelados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e alguns papéis do Tesouro Direto – como o “Tesouro Selic”.
“O investidor deve focar nos papéis de renda fixa atrelados ao CDI com até 2 anos, e também em fundos de renda fixa com prazos mais alongados (D+15; D+30; D+60)”, diz Negrão, que reitera a importância de uma pesquisa prévia para verificar a idoneidade das instituições ou empresas que estiverem emitindo esses títulos. Aqui vale lembrar que o Tesouro Direto é a modalidade de investimento com menos risco – o investidor só corre risco de perder o capital investido se o Brasil quebrar.
Outra dica importante é considerar que quanto maior o prazo do investimento, maior a taxa de remuneração, e menor a incidência de impostos. “Hoje temos CDBs com vencimento em 1 ano pagando 112% CDI (taxando em 20% de IR), e CDBs de dois anos remunerando 114% CDI (com IR de 15%).