Felipe Piller —
O aumento generalizado no preço de produtos e serviços recebe o nome de inflação. Quando ela cresce, o poder de compra do consumidor diminui. Se antes o carrinho do supermercado ia para casa com 30 volumes, com o aumento da inflação, pode ir só com 25, ou menos, – considerando o mesmo valor da compra.
A inflação pode ter diferentes causas. Muitas vezes é provocada por um conflito existente entre a oferta e demanda de bens e serviços – o que pode ser comum de acontecer periodicamente em países emergentes como o Brasil. Ou pode refletir a desvalorização da moeda corrente, como estamos observando do dólar em relação ao real. Isso encarece os componentes importados dos produtos – e por consequência os produtos. O aumento de preços se traduz em inflação.
Quando a inflação aumenta em um ritmo acima do esperado, o governo usa as ferramentas que tem para controlá-la a fim de manter o poder de compra da população.
O que é IPCA?
No ano de 1979, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) criou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice que mede a inflação oficial do Brasil. Calculado mensalmente, é uma régua usada para calcular a variação do custo de produtos e serviços essenciais na casa das famílias brasileiras.
É por meio do IPCA, que o Banco Central avalia a inflação ou deflação no Brasil. Quando o custo de mercado no geral aumenta, o IPCA também sobe. Atualmente, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses é de 8,35%.
Como o IPCA é calculado?
No decorrer do mês, o IBGE levanta uma pesquisa de preços e avalia as seguintes categorias: alimentação e bebidas, artigos de residência, transporte, comunicação, despesas pessoais, habitação, saúde e cuidados pessoais, vestuário e educação. A pesquisa é realizada com base em produtos negociados em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços – entre outros. São acompanhados cerca de 430 mil preços de 30 mil locais.
No final do mês, esses valores são comparados com os do mês anterior, resultando em uma taxa (IPCA), que reflete a variação geral no custo dos produtos e serviços acompanhados.
Como a alta do IPCA impacta os investimentos?
O IPCA está no centro de todo o sistema econômico e financeiro. Ele é um dos principais fatores que direciona a Selic – taxa básica de juros da economia, um dos instrumentos mais importantes usados para controlar a inflação. Se os preços sobem acima do esperado, a tendência é que a Selic aumente.
Como a Selic influencia todas as taxas de juros do país, como empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
O ciclo de alta da Selic tende a deixar investimentos de renda fixa mais atrativos. No entanto, é preciso avaliar bem a rentabilidade real dos títulos – já descontando a inflação.
Onde investir?
Existem alternativas interessantes na Renda Fixa. Alguns ativos são beneficiados pela inflação como títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA, da família de títulos do Tesouro Direto.
O Tesouro IPCA é um título de Renda-Fixa emitido pelo Governo Federal, que paga um juro anual mais IPCA. Isso significa que manter o contrato efetivo até o prazo de vencimento, traz um rendimento real, pois além da taxa primária, a rentabilidade acompanha o movimento da inflação, o que mantém o poder de compra do dinheiro investido.
Uma simulação feita no dia 08 de julho no site do Tesouro Direto mostra que RS 100 mil investidos no Tesouro IPCA (IPCA+3,99%), com vencimento em 2030, se tornariam R$ 171,9 mil no fim do período. Como comparação, o mesmo valor aplicado na poupança – pelo mesmo período – renderia R$ 149,8 mil.
Vale destacar, no entanto, que os valores podem sofrer modificações de acordo com os títulos disponíveis para compra e os movimentos do mercado. Para mais informações, fale com um assessor da SVN. O time de assessores conta com o apoio de uma mesa de Renda Fixa para buscar informações assertivas de acordo com os interesses de cada cliente.