Circuit Breaker: o que é e como funciona

07 de abril de 2020 Bolsa de valores

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Circuit Breaker: o que é e como funciona

Você já ouviu falar de circuit breaker?

Brevemente, se trata de uma paralização das negociações na bolsa de valores para que o mercado possa se acalmar e se proteger da volatilidade em excesso do momento.

É o que aconteceu recentemente no começo de Março de 2020. Enfrentando um dos momentos mais instáveis em muito tempo, a Bolsa de Valores foi diretamente impactada pela guerra de preços russo-saudita no petróleo, sofrendo queda de mais de 10% na segunda-feira (09/03/2020).

O petróleo brent, por exemplo, chegou a oscilar com quedas entre 31% e 20%. Com isso, o impacto da disputa entre Rússia e a Opep foi sentido diretamente no Brasil. Mesmo não fazendo parte do grupo, tem no petróleo uma das principais matérias primas de exportação, resultando também em uma queda de 20% nas ações da Petrobrás.

Esses índices, somados aos efeitos que o coronavírus vem estabelecendo ao redor do mundo, afetaram diretamente a Bovespa que, em um dos seus momentos mais instáveis em muito tempo, teve o Circuit Breaker acionado diversas vezes durante o mês de Março.

Para você entender melhor sobre o assunto, vamos te explicar neste artigo o que é um circuit breaker, em que circunstâncias esse mecanismo é acionado, quais as vezes durante a história da Bovespa ele aconteceu e o que podemos esperar da resolução do atual cenário.

O que é um Circuit Breaker

Trata-se de um mecanismo que a Bolsa de Valores utiliza nos momentos onde ocorrem variações bruscas e fora do comum para o mercado de ações. Quando acionado, durante o período de pregão, o Circuit Breaker interrompe a sessão de negociação das ações, protegendo assim o mercado da volatilidade.

Ou seja, enquanto o Circuit Breaker estiver acionado, não é permitido a negociação de nenhum ativo na Bolsa, devido à paralização.

Quando surgiu o Circuit Breaker?

O Circuit Breaker foi concebido pela primeira vez nos Estados Unidos no ano de 1987. Ele foi uma resposta ao índice Dow Jones que na época chegou a despencar 22,6%. No contexto brasileiro, o Circuit Breaker foi acionado pela primeira vez em 1997.

Regras do Circuit Breaker

Segundo a B3, esse mecanismo se dá a partir de três estágios baseados no nível de variação que a Bolsa apresenta. Funciona assim:

10%

No primeiro estágio, quando o Ibovespa atinge uma baixa de 10% em relação ao dia anterior, o Circuit Breaker é acionado por 30 minutos.

15%

No segundo estágio, com as negociações reabertas, caso haja uma variação negativa de 15% em comparação com o dia anterior, as negociações são interrompidas por mais uma hora.

20%

O terceiro e último estágio se dá caso ocorra queda de 20%. Nesta situação, a suspensão das negociações acontece por prazo a ser definido pela Bolsa.

Vale apontar que o mecanismo não pode ser acionado na última meia hora do pregão.

O que a utilização do Circuit Breaker significa para o mercado?

Durante o período de interrupção, é comum que a tendência aponte para uma normalização das ordens de compra e venda dos ativos, recuperando os preços e diminuindo a tensão.

Contudo, é importante frisar que não há garantia de que isso aconteça, sendo possível que exista a necessidade da Bolsa acionar o Circuit Breaker novamente.

Momentos em que o Circuit Breaker foi acionado no Brasil

Como pontuamos acima, essa não foi a primeira ocasião em que o Circuit Breaker foi acionado no país, por esse motivo, listamos outros momentos onde o mecanismo foi utilizado na história da Bolsa de Valores:

  • O Circuit Breaker foi acionado pela primeira vez no Brasil no ano de 1997, mais exatamente no dia 28 de Outubro, como reação à crise financeira da Ásia que resultou em uma queda que excedeu 14%.
  • Ao longo do final da década de 1990, o mecanismo foi acionado novamente em outros dois momentos: em 1998, decorrente da crise da Rússia, onde a Bolsa chegou a fechar com baixa de 15,82%, e em 1999, na véspera da adoção do câmbio livre, onde as negociações foram interrompidas por meia hora.
  • Durante o ataque às torres gêmeas em 11 de Setembro de 2001, houve uma interrupção das negociações na Bolsa, contudo, não houve a utilização do Circuit Breaker. Naquela circunstância, a Bolsa fechou ao atingir uma queda de 9,17%, reabrindo apenas no dia seguinte.
  • Em 22 de Outubro de 2008, o mecanismo foi novamente acionado. Nesse contexto, a crise financeira global estava impactando o mundo todo e a B3 sofreu uma queda de 10,18%. Durante o mesmo mês, as negociações foram interrompidas quatro vezes durante trinta minutos e uma vez durante uma hora.
  • Também houveram interrupções nas negociações em 18 de Maio de 2017. Ela durou 30 minutos e foi impulsionada após polêmicas de cunho político envolvendo o então presidente Michel Temer e Joesley Batista, dono do grupo J&F. Na ocasião, o Ibovespa teve queda de 8,8%.

Para você entender isso de maneira mais visual, confira o infográfico que criamos com a linha do tempo dos circuit breakers na Bovespa:

Circuit Breakers pela história da Bovespa

Quando o cenário deve normalizar?

O cenário ainda é de muita incerteza, muitas coisas ainda vão acontecer. Tanto à nível macroeconômico como doméstico. Com os países asiáticos se recuperando e voltando a atividade industrial, Europa passando por seu pior momento e EUA assumindo a primeira posição no número de contaminados, é difícil fazer previsões sobre quando as coisas devem normalizar.

No cenário doméstico ainda não temos clareza de como o Brasil passará por esse momento de pandemia. Existem dúvidas se os estímulos fiscais serão suficientes para os trabalhadores e empresas afetadas e se os benefícios governamentais chegarão as famílias que realmente precisam.

Neste contexto, para os investidores, é possível concluir que contar com uma carteira de investimentos diversificada se mostra a opção mais viável e segura, já que, dessa forma, o investidor poderá diminuir o impacto em seus resultados.

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